Dessalinização de água do mar vira opção de R$ 1,5 bilhão
Enquanto discute datas para decretar um eventual rodízio de água na capital e na região metropolitana, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e a iniciativa privada começaram a discutir a possibilidade de adotar a dessalinização da água do mar. O projeto está estimado em R$ 1,5 bilhão e seria feito no modelo de Parceria Público-Privada (PPP).

A proposta tem o endosso do ex-presidente da Sabesp Gesner Oliveira, que garante a viabilidade. “Nós fizemos uma análise econômico-financeira e estamos convictos de que é possível encontrar uma solução que seja competitiva em termos de custos por metro cúbico produzida”, disse ao Estado, comparando com outros investimentos feitos por Alckmin para combater a crise hídrica, como o início das obras do Sistema São Lourenzo, em abril. Esse manancial, previsto para ser concluído em 2018, será o sétimo a abastecer a Grande São Paulo e custará R$ 2,6 bilhões, a serem financiados pelo governo federal.
O projeto que será apresentado ao governo sugere a construção de uma usina de dessalinização, orçada em R$ 795 milhões, e também da infraestrutura responsável por levar a água do litoral até a região metropolitana, a 700 metros acima do nível do mar - estimada em R$ 403 milhões. O estudo também traz outros gastos, não detalhados pelo ex-presidente da Sabesp. Oliveira também não revelou onde seria construída a usina nem o destino da água produzida.
O projeto está previsto para ser executado em três fases. Ainda segundo o estudo, a instalação da usina no litoral seria capaz de produzir mais 250 mil m³/dia, o que corresponderia a aproximadamente 2,9 m³/s.
Crítica. Especialista em engenharia hídrica, o professor do Mackenzie Antonio Giansante disse que a distância entre São Paulo e o litoral encarece o processo sugerido. “Tem 700 metros de desnível. Para a água chegar até aqui vinda do Cantareira, ela tem de vencer um desnível de 120 metros. E o consumo de energia só para isso já é muito alto. Comparável ao que gasta uma cidade de 100 mil habitantes”, afirmou Giansante.
Ele também apontou que a manutenção e a operação da tecnologia de dessalinização também são fatores problemáticos. “O projeto tem de contemplar não só o custo de execução, mas o de manutenção e operação. Acho bastante caro não somente executar, mas manter e operar. Além disso, vejo o desafio do consumo de energia.”
Fonte: msn
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