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domingo, 14 de junho de 2015

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Em campanha, Hillary tenta se 'reapresentar' a eleitores
Dois meses após o anúncio de sua pré-candidatura à Presidência dos EUA, Hillary Clinton fez neste sábado seu primeiro grande evento de campanha, em Nova York, prometendo governar para os "americanos comuns" e não apenas "para os que estão no topo".
Hillary Clinton realizou seu primeiro grande evento de campanha neste sábado
© Copyright British Broadcasting Corporation 2015
"Os EUA não podem ser bem-sucedidos se vocês não forem bem-sucedidos", disse Hillary aos eleitores em potencial. Sua campanha tenta retomar os índices de aprovação da candidata, que caíram desde abril.
Ao seu lado estavam o marido, o ex-presidente Bill Clinton, e a filha Chelsea.
Um vídeo biográfico lançado na sexta-feira já deram o tom da campanha: Hillary é mostrada como alguém que lutou pelos direitos de mulheres e crianças, que tem origens de classe média e que, apesar de ter enriquecido e conquistado poder, ainda defende a causa dos mesmos "americanos comuns".
Hillary é favorita, entre os democratas, para disputar com o Partido Republicano as eleições presidenciais de 2016 e pode se tornar a primeira mulher presidente dos Estados Unidos.
Leia mais: A primeira candidata a presidente nos EUA, 143 anos antes de Hillary
Sua eleição também seria histórica por permitir um feito raro: seria o terceiro mandato consecutivo de um mesmo partido na Casa Branca (e, sem endossar a candidatura dela, o presidente Barack Obama deixou claro que fará o que puder para ajudar a elegê-la).
"O discurso (neste sábado) é uma oportunidade de apresentar a visão estratégica de sua candidatura, energizando os milhões que já a apoiam e formando a base por trás dela", diz Ellen Tauscher, congressista californiana em seu sétimo mandato e forte apoiadora de Hillary.

Aprovação

Mas Hillary tem desafios pela frente.
Polêmicas fartamente noticiadas sobre seu uso de um e-mail pessoal quando era secretária de Estado e o possível conflito de interesses quanto ao fluxo de dinheiro, de doadores estrangeiros, à Fundação Clinton (de seu marido) fizeram com que os índices de favoritismo da candidata caíssem abaixo de 50% - os mais baixos desde sua campanha presidencial prévia, em 2008.
Críticos diziam que ela não havia apresentado uma justificativa clara para sua candidatura e parecia um membro da realeza esperando a coroação - algo que a candidata tentou começar a mudar com o discurso deste sábado, visto como uma oportunidade de reapresentá-la ao público que já a acompanha há quatro décadas (primeiro como primeira-dama do Estado de Arkansas, depois dos EUA, senadora e secretária de Estado).
Leia mais: O desafio das mulheres visto por três das mais poderosas líderes do mundo
Só em seu cargo mais recente ela realmente conseguiu sair da sombra do marido.
Mas, ao contrário de Bill e de Obama, Hillary não é uma oradora natural e sempre evitou discursos altivos, preferindo falas mais práticas.
Neste sábado, ela não detalhou suas propostas - algo que seus assessores dizem que ocorrerá nas próximas semanas, em temas como economia, empregos e acesso à universidade -, mas discursou que "a democracia não pode ser só para bilionários e corporações".
Nos últimos dois meses, Hillary começou a abordar assuntos domésticos cruciais, como imigração, criminalidade e igualdade salarial às mulheres, mas também focou esforços em nichos-chave de eleitores, como latinos, afro-americanos e mulheres.

Primárias

Outro de seus vários desafios na campanha, além da tarefa de arrecadar mais de US$ 1 bilhão, será manter os eleitores e simpatizantes energizados durante as primárias, processo que pode ser tanto desgastante quanto uma mera formalidade - já que seu concorrente mais próximo, o senador socialista Bernie Sanders, está 50 pontos atrás dela.
"Precisamos pensar em como as primárias afetam a energia da base e como sustentar a empolgação (dos simpatizantes)", diz Tracy Sefl, que foi assessora-sênior de um comitê pró-Hillary e permanece próxima à campanha.
"Ainda estamos a 18 meses (do dia da eleição)", agrega.
E a falta de empolgação pode afetar o comparecimento eleitoral (já que o voto não é obrigatório). As consequências disso seriam sentidas também na votação de congressistas.
Muitos integrantes do Partido Democrata teriam preferido que sequer houvesse outros pré-candidatos do partido, para evitar as custosas primárias e concentrar as energias e recursos no enfrentamento ao Partido Republicano.
Outro assessor próximo a Hillary diz, porém, que a certeza de que ela será a escolhida também pode prejudicá-la. Ela, então, rapidamente saltou a entrada de rivais na corrida democrata e concordou em participar de seis debates do Comitê Nacional do partido durante as primárias.
O discurso de Hillary, dentro desse espírito, visa também dar estímulo aos simpatizantes.
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