Conselho de Segurança aprova resolução de paz para Síria.
Depois de tensas negociações, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade nesta sexta-feira (18) um plano de paz para acabar com a guerra na Síria, conflito que já dura quatro anos e meio. O texto aprovado por 17 países não menciona, porém, assuntos delicados sobre a questão, entre eles o mais polêmico: o destino do presidente sírio, Bashar Al-Assad.
Marie Bourreau, correspondente da RFI em Nova York
A resolução é histórica especialmente por obter um consenso entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a questão. Pela primeira vez em quatro anos e meio de guerra na Síria, o Conselho de Segurança conseguiu encontrar um acordo sobre um plano de transição política no país.
Na teoria, a decisão é uma grande evolução. Mas, na prática, o texto se limita em seguir as recomendações decididas na última reunião do grupo em Viena, na Áustria, nos meses de outubro e novembro.
A resolução aprovada pelas nações que integram o grupo de apoio à Síria prevê novas negociações entre o governo sírio e os rebeldes sobre um cessar-fogo já no início de janeiro, supervisionado pela ONU. O Conselho de Segurança também pretende instaurar um governo de transição nos próximos seis meses e realizar eleições em um prazo de 18 meses.
O destino de Bashar Al-Assad
Para chegar ao acordo, aprovado por unanimidade, os ministros das Relações Exteriores evitaram tocar em assuntos sensíveis sobre a questão síria, especialmente sobre o destino do presidente Bashar Al-Assad, mesmo se o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, diz ter recebido garantias da Rússia, tradicional aliado do governo sírio.
"Quando estive na capital russa, o presidente Vladimir Putin me garantiu que havia obtido o acordo de Bashar Al-Assad na colaboração para uma transição política e para realizar novas eleições", declarou Kerry.
Kerry também deixou a entender que a Rússia poderia ser mais flexível sobre a saída de Al-Assad. A questão agora é saber quando. Até o momento, há uma certeza: que a permanência do presidente sírio impede uma resolução menos complexa da crise na Síria.
Mas, a exemplo dos Estados Unidos, nem todos os países confiam cegamente na garantia dos russos. O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, pediu "garantias sobre a saída de Bashar Al-Assad". Para ele, é inconcebível que o presidente sírio participe da transição política do país "que ajudou a massacrar". "Enquanto Bashar Al-Assad permanecer no poder, uma reconciliação verdadeira e durável entre a população e o Estado não será possível", disse.
Questões em aberto
Apesar de ratificada, vários pontos da resolução permanecem sem definição: a lista dos grupos considerados terroristas na Síria ou os grupos da oposição que aceitam negociar já no começo de janeiro. Desta forma, é difícil de acreditar como um plano de paz poderia ser colocado rapidamente em prática na Síria.
Fonte (Msn).
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