MP pede a anulação de contratos de obras em trens de São Paulo
Depois que a Polícia Federal acusou, de formação de cartel, executivos de grandes empresas e dirigentes, e ex-dirigentes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, o Ministério Público do Estado entrou com uma ação na Justiça.
Os promotores pedem a anulação de três contratos que foram firmados em governos do PSDB em São Paulo.
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As investigações começaram depois do depoimento de executivos da multinacional alemã Siemens, que fizeram um acordo de delação premiada.
Segundo o MP, o esquema era simples. Quando a licitação era lançada, as participantes do cartel negociavam, entre elas, qual o consórcio ou empresa venceria a disputa. E para isso, os demais competidores se comprometeriam a apresentar propostas com preços maiores.
Na maioria das licitações, quem ganhava subcontratava as empresas perdedoras. O esquema, segundo o MP, atingiu primeiro um contrato de manutenção de 30 trens, assinado em 2001. O vencedor foi o consórcio que tinha CAF, Alstom e a divisão de trens da Daimler-Chrysler, que depois foi adquirida pela Bombardier.
Segundo o MP, as empresas combinaram que a Siemens ficaria com outro contrato: o de manutenção de dez trens. Não deu outra. A empresa alemã venceu a segunda licitação. E, como combinado, a Siemens subcontratou a MGE.
Os promotores dizem que também houve acerto para que a Alstom e CAF fizessem a manutenção de mais 48 trens e subcontratassem T-Trans, Tejofran e a Bombardier. O MP suspeita que Mitsui, Temoinsa e MPE também tenham participado do esquema.
Na ação, os promotores pedem que as empresas paguem aos cofres públicos R$ 487 milhões.
Além de pedir o ressarcimento, o Ministério Público de SP está investigando outros 45 contratos que foram assinados com o mesmo grupo de empresas. E desses, 18 ainda estão em vigor, estão em andamento. E por isso, os promotores querem terminar logo as outras investigações para pedir a suspensão de todos esses contratos.
“O indicativo é que o esquema continua a operar até hoje. Ele não terminou de operar. Continua havendo cartel nos contratos do sistema metroferroviário de SP”, aponta o promotor Marcelo Milani.
Os promotores confirmaram que a justiça Suíça decidiu colaborar com as investigações no Brasil. E vai mandar cópias de todos os processos que apuram que o dinheiro que ex-funcionários da CPTM mantinham no país europeu era fruto de propina.
O PSDB de São Paulo declarou que é a favorável às investigações sobre formação de cartel, e que espera que elas sejam aprofundadas no que se refere, por exemplo, a contratos de outros estados e do Governo Federal.
A Tejofran afirmou que pôs à disposição todos os dados sobre os preços praticados nas concorrências.
A CAF informou que está colaborando com as autoridades.
A T-Trans afirmou que nunca participou de cartel.
A Siemens reafirmou que forneceu as informações que iniciaram as investigações.
A Alstom declarou que cumpre a legislação brasileira.
A CPTM afirmou que está colaborando com as investigações, e que a Procuradoria do Estado entrou com uma ação na Justiça para exigir o ressarcimento dos valores.
A Mitsui, a Bombardier, a MPE e a MGE não se manifestaram. E o Jornal Nacional não conseguiu contato com a Temoinssa.
Fonte: Jornal Nacional
Fonte: Jornal Nacional
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