Rádio Os Informantes

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Brasil (Rio de Janeiro).

PM exonera comandante responsável por área onde jovens foram baleados

Coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta assumirá 41º BPM.
Segundo parentes, PMs tentaram forjar flagrante para incriminar os jovens.


O comandando geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro exonerou na manhã desta segunda-feira (30) o tenente-coronel Marcos Netto, comandante do 41º BPM (Irajá), informou a corporação. De acordo com a corporação, ele foi afastado em razão da morte de cinco amigos fuzilados por agentes na região de Costa Barros no último sábado (28).
"O comandante geral exonera o tenente coronel Marcos Netto do Comando do 41°BPM, em razão dos últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando que conflitam com as orientações do Comando da Corporação.  A exoneração é resultado do esforço que a Corporação já vinha  desenvolvendo ultimamente no sentido de mudar padrões operacionais de Unidades em áreas conflagradas", diz nota da PM sobre a exoneração.
Homens do 41º BPM já tinham se envolvido num episódio polêmico em outubro depois que um sargento atirarou em duas pessoas que estavam numa moto, depois de confundirem um macaco hidráulico que eles levavam com um fuzil. Durante o Bom Dia Rio, Netto classificou o episódio que culminou com o assassinato dos jovens como "excessão", admitiu que a ação dos seus comandados foi "desproporcional" e garantiu que os policiais seriam punidos. "Tudo isso será esclarecido com o Inquérito Policial Militar e também no inquérito instaurado na Polícia Civil. Temos a certeza do que eles fizeram e serão responsabilizados por isso, não há dúvida", disse o coronel Marcos Netto, em entrevista ao Bom Dia Rio.
Ainda segundo a PM, o comando do 41º BPM (Irajá) será assumido pelo tenente coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta, que atualmente comanda o 32º BPM (Macaé).
Enterro
Os corpos dos cinco amigos de infância mortos após o carro em que estavam ser alvo de inúmeros disparos na Estrada João Paulo, na altura da curva do Vinte, em Costa Barros, no Subúrbio do Rio, vão ser enterrados no cemitério de Irajá na tarde desta segunda (30).
De acordo com familiares, Roberto de Souza, 16 anos, Carlos Eduardo da Silva Souza, 16, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Wesley Castro, 20, e Wilton Esteves Domingos Junior, 20, tinham passado a tarde no Parque de Madureira, na Zona do Norte. Na volta, eles foram para a casa dos irmãos Wilton e Wesley e resolveram sair novamente para fazer um lanche, quando foram surpreendidos por policiais militares. Quatro PMs foram presos suspeitos do crime e responderão perante a Justiça comum e perante a Justiça Militar. Três deles responderão por homicídio doloso e fraude processual e um deles por frande processual.
Dor e sofrimento
O olhar perdido e sofrido não ameniza o desejo de justiça de Jorge Roberto Lima e Penha, de 50 anos, pai de Roberto de Souza Penha, um dos assassinados. "Aquilo que aconteceu lá foi uma execução. Tudo que eu planejei na vida caiu. Essa perda não tem mais volta, mas eles precisam pagar pelo que fizeram", afirmou Jorge, que trabalha como montador da Odebrecht e faz faculdade de Direito.
Fonte (G1).

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