Rádio Os Informantes

sábado, 26 de dezembro de 2015

Brasil (Ceara)

Seis dos oito náufragos resgatados recebem alta de UPA em Fortaleza

Grupo recebeu roupas e materiais de higiene de moradores de Fortaleza.
Pescadores devem retornar ao RN em uma van alugada neste sábado.


Seis dos oito pescadores náufragos resgatados na noite desta quinta-feira (24) no Porto do Mucuripe, em Fortaleza, receberam alta na tarde desta sexta-feira (25) da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Praia do Futuro. Os outros dois seguem internados na UPA em estado estável e não têm previsão de alta.

Após serem liberados da UPA, os seis pescadores foram ao 2º Distrito Policial, no Bairro Meireles, para registrar um boletim de ocorrência porque perderam todos os documentos. Eles receberam ajuda de moradores, que doaram roupas e materiais de higiene e um local para dormirem nesta noite.
Os pescadores ficaram cinco dias à deriva entre o Ceará e Pernambuco e foram resgatados por uma embarcação cearense. A previsão de chegada ao Rio Grande do Norte é neste sábado (26). Com ajuda de doadores, eles  conseguiram comprar passagens de ônibus nesta sexta.
'Sou o Papai Noel' deles, diz cearense 
Em pleno Natal, o pescador cearense José Nilton Pereira da Silva, 52, diz se sentir como se fosse o próprio Papai Noel. Ele é o dono da embarcação Rio Prata, que resgatou os oito potiguares nesta quinta-feira (24), próximo à praia da Caponga, litoral leste do Ceará, depois que o barco deles naufragou perto de Fernando de Noronha, no último sábado (19). "Sou tipo o Papai Noel deles, o herói. Foram oito vidas salvas, oito famílias vão ter o homem de casa de volta", diz. (veja acima vídeo com depoimento de José Nilton)
Nilton conta como encontrou o grupo. “Estava em alto-mar, pescando. Um tripulante meu se levantou, e avistou um vulto distante em alto-mar, a umas duas milhas. Mais perto, notei que era uma balsa - e se for balsa d’água, vem gente viva ou morta”, relatou ao G1.
Quando o Rio Prata alcançou o bote, Nilton lembra que ele e mais três tripulantes começaram o resgate. “Eles vinham pedido socorro com as mãos. Todos estavam dentro d’água. A balsa é inflável, estava vazando, não suportava o peso deles. Estavam só segurando na boia e tentando nadar pra terra, mas não tinha terra”, lembra o cearense.
Segundo Nilton, os homens estavam muito debilitados. “Eles estavam muito nervosos, perdendo o sentido, falando coisa que não fazia sentido e vendo coisa que não era certo. Quatro não tinham nem condição de subir no nosso barco, dois estavam com hematomas no corpo, de tanto a pele roçar na boia”, diz. O resgate aconteceu por volta de 11h40, até que chegaram a Fortaleza, já na noite da véspera de Natal.
 O naufrágio
A Nilton, os potiguares contaram que estavam pescando próximo a Fernando de Noronha, local onde costumam trabalhar, até que, no sábado (19), por volta de 5 horas da manhã, sentiram que o barco Rei Artur não estava com a estabilidade normal. Eles ficaram cinco dias à deriva e no dia em que foram avistados, a salsa havia furado. "Quando foram verificar, o barco já estava cheio d'água. Tentaram manobrar, mas precisaram abandonar o barco e usar o bote".

O cearense descreve que os homens conseguiram pegar um garrafão de água mineral e ração, material disponibilizado pela Capitania dos Portos a embarcações.

"Graças a Deus, eu nunca tinha resgatado nenhum náufrago, mas a gente tem que estar preparado. Agora é muita emoção. Dava vontade de chorar de alegria, de tristeza, deu vontade de gritar. A minha tripulação não sabia se ajudava no barco, se pulava pra resgatar os outros", descreve o fortalezense.
resgate de naufragos (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)Nilton ajuda um dos náufragos na chegada.
(Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)
Chegada
Os oito náufragos chegaram ao local conhecido como Porto dos Botes, na Praia do Mucuripe, na noite desta quinta, pela embarcação de Nilton. Eles foram ajudados por pescadores e moradores durante o desembarque e receberam os primeiros socorros do Samu já na chegada. Os homens estavam bastante debilitados e alguns não conseguiam mais andar.
Fonte (G1).

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