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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Cinema

'Star Wars' de 1977 marca um 'antes e depois' dos efeitos especiais

Especialistas citam técnicas e câmeras revolucionárias; veja análises.
Sétimo episódio, 'O despertar da força' estreia no Brasil nesta quinta (17).


Quando o mundo viu, pela primeira vez, as batalhas espaciais de "Star Wars", em "Guerra nas estrelas" (1977), os efeitos especiais chegaram a um novo patamar, que revolucionou o cinema para sempre. O novo capítulo da franquia, "Star Wars: Episódio VII – O despertar da força" estreia no Brasil nesta quinta-feira (17).
Em sua opinião, a saga de George Lucas mostrou que "são as histórias que impulsionam o avanço da tecnologia" e não o contrário. "Foi necessário um filme como 'Star Wars' para constatá-lo", apontou."'Star Wars' despertou a indústria dos efeitos especiais", afirmou à AFP Michael L. Fink, um dos grandes nomes da área e ganhador do Oscar em 2008 de melhores efeitos especiais por "A bússola de ouro". Para ele, o setor estava praticamente estagnado.
O roteiro de "Guerra nas estrelas" evidenciou as limitações técnicas da indústria, pondo a obra em xeque.
"Queria fazer um filme de ação, um lugar onde naves espaciais se destroçassem. Queria fazer cortes rápidos e dar muito ritmo, e, especialmente, queria que contivesse muita cinematografia. Mas nessa época era impossível", explica Lucas em um documentário.
A necessidade o levou a fundar, em 1975, a empresa Industrial Light & Magic (ILM), que se especializou em modernizar e digitalizar as técnicas análogas e agora é um referencial.
Um grupo de jovens engenheiros passou dias e noites durante quase dois anos em um local ao norte de Los Angeles, inovando os sistemas de animação, fotografia e gráficos, assim como as impressoras óticas, com as quais mesclavam várias filmagens.
Câmera revolucionária
Mas a invenção mais revolucionário foi a Dykstraflex, uma câmera que controlava digitalmente os movimentos sob diferentes ângulos e que permitiu a criação das famosas batalhas no espaço.
John Dykstra, seu inventor, ganhou dois Oscars com a primeira divulgação da saga e terminou se transformando em um dos mestres dos efeitos especiais.
"Houve uma revolução quando foram criadas máquinas que controlavam as câmeras. Todo mundo começou a se adaptar e tentar copiá-lo", afirmou Michael L. Fink.
"Guerra nas estrelas" teve sua estreia em 1977 com um sucesso expressivo. Na década seguinte, o cinema viveu uma explosão de avanços técnicos espetaculares em filmes como "De volta para o futuro", "Alien, o 8º passageiro", "Blade Runner, "O exterminador do futuro" e "E.T. – O extraterrestre".
Mais adiante chegariam outros igualmente conhecidos, como "Parque dos Dinossauros", "Titanic", "Forrest Gump", "O resgate do soldado Ryan" e "Independence Day".
A segunda revolução
James Cameron, Steven Spielberg e Christopher Nolan são outros dos cineastas que impulsionaram os efeitos especiais, mas Lucas e sua ópera espacial são a referência da indústria.
"Star Wars" voltou a surpreender em 1999 com "A ameaça fantasma" e seus novos avanços tecnológicos.
A equipe teve muitas dificuldades para recriar a superfície do planeta Tatooine. Os procedimentos da época a levaram a fabricar maquetes gigantes e usar o "matte painting" (pintura mate), mas nenhum dos dois agradava.
Ao final, foi desenvolvido um método que unia a fotografia real e os gráficos digitais, que logo foram usados para reproduzir o planeta Pandora em "Avatar", o filme de maior bilheteria da história, criado por Cameron.
O que esperar do novo?
Agora a indústria está mais atenta ao se deparar com "O despertar da força".
O cineasta J.J. Abrams foi encarregado de inaugurar a terceira trilogia após dirigir "Star Trek" (2009), "Star Trek: Além da escuridão" (2013) e "Super 8" (2011), dando uma ideia de como trabalha com os efeitos especiais.
Mas os trailers de "Star Wars: Episódio VII – O despertar da força" revelaram apenas detalhes técnicos.
"Eu não acredito que revolucione os efeitos especiais, mas creio que está correndo atrás disso, fez como se fazia antes", disse à AFP Anthony Breznican, crítico da revista "Entertainment Weekly" e especialista da saga.
"Acredito que o que realmente está fazendo é aproveitar a arte digital e dar um sentido de realismo como tinham as maquetes antigas."
O mistério terá fim com a estreia do esperado filme.
Mas "se os personagens não agradarem ao público, não importa o quão bons sejam os efeitos especiais", advertiu Michael L. Fink.
George Lucas (à esquerda) e J.J. Abrams na pré-estreia de 'Star Wars: Episódio VII – O despertar da força' em Hollywood nesta segunda-feira (14) (Foto: Kevork Djansezian/Reuters)George Lucas (à esquerda) e J.J. Abrams na pré-estreia de 'Star Wars: Episódio VII – O despertar da força' em Hollywood nesta segunda-feira (14) (Foto: Kevork Djansezian/Reuters)
 Fonte (G1).

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