Rádio Os Informantes

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Mundo (Natureza)

Congresso dos EUA não deterá acordo global do clima, diz Fabius

Legislativo americano derrubou regras de Obama contra usinas de carvão.
Medida não foi surpreendente, disse ministro francês que preside a COP21.


A COP21, a cúpula do clima de Paris, amanheceu nesta quarta-feira (2) sob a notícia de que o Congresso dos EUA entrou em uma queda de braço contra o presidente Barack Obama para minar sua política de redução de emissões de CO2. Autoridades presentes no evento se disseram desapontadas, mas afirmam que o retrocesso é circunstancial e não vai afetar a negociação de acordo do clima.
Obama havia criado regras para limitar a criação de novas usinas a carvão e encurtar a vida útil daquelas que existem, mas o Senado, com maioria republicana, derrubou as duas medidas na terça-feira (1º).
"Não quero interferir em assuntos domésticos dos EUA nem nos de qualquer outro país, mas minha sensação é a de que isso não foi uma grande surpresa", afirmou Laurent Fabius, ministro das relações exteriores francês e presidente da COP21. "Isso não vai impedir as coisas de seguirem adiante aqui, porque essa é uma causa global."
O objetivo da conferência do clima é construir um acordo global para redução na emissão de gases do efeito estufa.
Fabius afirmou que o Congresso dos EUA não está agindo de forma a representar a opinião pública do país, porque, em uma pesquisa recente, tanto eleitores democratas quanto republicanos tiveram maiorias defendendo um acordo forte do clima.
As regras criadas por Obama para descontinuar o uso do carvão, um dos combustíveis que mais emitem CO2, são essenciais para que os EUA cumpram sua própria promessa de redução de emissões. O objetivo proposto pelo país é um corte de ao menos 26% de suas emissões até 2030, em relação ao nível de emissões de 2005.
Após o Congresso derrubar as regras, o projeto de lei volta para Obama que deve vetar a decisão. O veto, por sua vez, vota ao Congresso, onde precisa de maioria acima de 3/5 para derrubar um veto. É improvável que isso ocorra, já que só quatro democratas foram contra Obama, mas a situação de impasse atravanca a agilidade de Obama em lidar com o problema.
Fonte (G1).

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