Congresso dos EUA não deterá acordo global do clima, diz Fabius
Legislativo americano derrubou regras de Obama contra usinas de carvão.
Medida não foi surpreendente, disse ministro francês que preside a COP21.
A COP21, a cúpula do clima de Paris, amanheceu nesta quarta-feira (2) sob a notícia de que o Congresso dos EUA entrou em uma queda de braço contra o presidente Barack Obama para minar sua política de redução de emissões de CO2. Autoridades presentes no evento se disseram desapontadas, mas afirmam que o retrocesso é circunstancial e não vai afetar a negociação de acordo do clima.
Obama havia criado regras para limitar a criação de novas usinas a carvão e encurtar a vida útil daquelas que existem, mas o Senado, com maioria republicana, derrubou as duas medidas na terça-feira (1º).
"Não quero interferir em assuntos domésticos dos EUA nem nos de qualquer outro país, mas minha sensação é a de que isso não foi uma grande surpresa", afirmou Laurent Fabius, ministro das relações exteriores francês e presidente da COP21. "Isso não vai impedir as coisas de seguirem adiante aqui, porque essa é uma causa global."
O objetivo da conferência do clima é construir um acordo global para redução na emissão de gases do efeito estufa.
Fabius afirmou que o Congresso dos EUA não está agindo de forma a representar a opinião pública do país, porque, em uma pesquisa recente, tanto eleitores democratas quanto republicanos tiveram maiorias defendendo um acordo forte do clima.
As regras criadas por Obama para descontinuar o uso do carvão, um dos combustíveis que mais emitem CO2, são essenciais para que os EUA cumpram sua própria promessa de redução de emissões. O objetivo proposto pelo país é um corte de ao menos 26% de suas emissões até 2030, em relação ao nível de emissões de 2005.
Após o Congresso derrubar as regras, o projeto de lei volta para Obama que deve vetar a decisão. O veto, por sua vez, vota ao Congresso, onde precisa de maioria acima de 3/5 para derrubar um veto. É improvável que isso ocorra, já que só quatro democratas foram contra Obama, mas a situação de impasse atravanca a agilidade de Obama em lidar com o problema.
Fonte (G1).
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