Rádio Os Informantes

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Relação entre Zika e microcefalia

A diretora-geral da OMS disse ainda que uma possível relação causal entre o vírus zika e o aumento de malformações e complicações neurológicas é "fortemente suspeita, porém ainda não comprovada cientifícamente" e que é preciso garantir esforços internacionais para investigar essa correlação.

Apesar de ainda não haver uma prova científica de que o zika seja a causa do aumento de casos de microcefalia, Margaret Chan enfatizou a importância de as medidas preventivas serem tomadas desde já e não esperar até que as evidências científicas sejam conclusivas.
"Existe uma associação temporal e geográfica. Quando isso for comprovado, queremos assegurar que todas as medidas de prevenção já tenham sido tomadas", disse David L. Heymann, presidente do Comitê de Emergência, durante a coletiva de imprensa.
Heymann acrescentou que os estudos capazes de comprovar a relação entre zika e microcefalia são muito complexos e podem levar tempo, pois envolvem comparar grupos em que houve microcefalia e grupos controle, em que não houve a malformação. Algumas iniciativas de estudo com esse objetivo já estão em curso.
O encontro do Comitê e Emergência começou pouco antes das 11h15 (de Brasília). Foi uma conferência telefônica entre oito especialistas, diretores da OMS e 12 representantes dos Estados membros, incluindo o Brasil, país mais afetado.
No momento, as principais medidas de prevenção são o controle das populações do mosquito e a prevenção das picadas em indivíduos de risco, especialmente mulheres grávidas"
Margaret Chan, diretora-geral da OMS
Recomendações para grávidas
A OMS não estabeleceu nenhuma recomendação oficial de restrição de viagens para mulheres grávidas. "Se elas puderem adiar a viagem de modo que isso não afete seus compromissos, é algo que elas podem considerar. Mas se precisarem viajar, podem se consultar com seus médicos e adotarem outras medidas de prevenção, como o uso de mangas longas, calças e repelentes de mosquitos, por exemplo", disse Margaret Chan.
Como recomendações adicionais, a OMS indica que os mecanismos de detecção do zika vírus devem ser aprimorados e o desenvolvimento de um método diagnóstico mais eficaz deve ser priorizado. Além disso, as medidas de controle do mosquito vetor devem ser "promovidas de modo agressivo" para reduzir o risco de exposição ao zika.
Embora os sintomas do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti costumem ser de pouca gravidade, o zika vírus passou a ser observado com mais atenção quando surgiram indícios que o vinculam ao número excepcionalmente elevado de casos de bebês que nascem com microcefalia.
O Brasil fez um alerta em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste. Atualmente há 270 casos confirmados e 3.449 em estudo, contra 147 em 2014.
O país notificou em maio de 2015 o primeiro caso de doença pelo vírus zika. Desde então, "a doença se propagou no país e também em outros 22 países da região", aponta a OMS.
Fonte(G1).

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