Rádio Os Informantes

terça-feira, 1 de março de 2016

Crianças com microcefalia são abandonadas no Nordeste.

Novos casos de abandono de crianças que apresentam microcefalia foram registrados só que desta vez no Nordeste. No Rio de Janeiros três "mães" haveriam deixados seus filhos por eles apresentarem microcefalia, doença transmitida pelo vírus Zika, através do mosquito aedes aegypti, contudo nestes casos as "mães" foram convencidas a receber estas crianças de volta.

JOÃO PESSOA, RECIFE E TERESINA - Há dois meses, quando a prima do interior entregou em suas mãos o pequeno José Pedro, a balconista Alessandra Dias, de 34 anos, de Camaragibe, região metropolitana do Recife, não se impressionou com a microcefalia. “Assim que o vi, me apaixonei”, contou. O bebê faz parte de um universo ainda não dimensionado de crianças abandonadas pelas famílias após a constatação da má-formação.
Desde outubro, quando a notificação se tornou compulsória, houve 209 registros de microcefalia em Pernambuco. Por isso, Alessandra diz entender o gesto da mãe biológica. “Ela tem outros quatro filhos, um com deficiência mental. A família é muito carente e disse que não tinha como criá-lo com os cuidados necessários. Não tive dúvidas, agarrei e nunca mais vou soltar este menino. É meu filho”, disse. Casada há quatro anos e sem filhos biológicos, Alessandra e o marido, o motorista Ivan Lima, de 38 anos, que apoiou o gesto da mulher, foram à Defensoria Pública de Pernambuco para entrar com o processo de guarda oficial de José Pedro, hoje com 6 meses.
O garoto é acompanhado pela equipe médica do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira, referência no atendimento à microcefalia no Estado. “Já sabemos que ele tem problema na audição, mas a visão está normal. Estamos fazendo tudo o que os médicos mandam. Não temos medo, temos amor”, disse Alessandra.
Presente de NatalA doméstica Denise Carla, de 33 anos, também virou mãe adotiva de um bebê com microcefalia. O “presente”, como ela diz, chegou na noite do Natal: os pais biológicos da criança tinham decidido entregá-la a um abrigo, quando um amigo da família os levou até Denise. “Foi um susto, mas também uma das maiores emoções da minha vida”, conta. O bebê sofreu uma parada respiratória no parto, ficou com sequelas nas mãos e recebe tratamento no Hospital Universitário Oswaldo Cruz.
O Lar Rejane Marques, um abrigo para crianças abandonadas, na zona norte do Recife, recebeu em outubro de 2015 uma menina com microcefalia. Na ocasião, a criança tinha 13 dias e havia sido entregue a profissionais do Conselho Tutelar ainda no hospital onde nasceu. O Ministério Público de Pernambuco entrou com ação de destituição do poder familiar para abrir adoção. De acordo com o juiz Élio Braz, da 2.ª Vara da Infância, familiares da criança estão sendo ouvidos sobre a possibilidade de cuidarem da menina.
Preocupado com o aumento no abandono de crianças atingidas pela microcefalia, o psicólogo Valter Dutra alerta para a necessidade de reforçar o acompanhamento a gestantes com suspeita. “Muitas dessas mães são carentes, jovens e têm outros filhos para cuidar. O bebê com microcefalia surge como uma barreira. Algumas temem ser abandonadas pelos companheiros, como outras já foram. Estamos falando de pessoas que estão fragilizadas e por isso precisam de apoio e orientação.”
A neuropediatra Vanessa Van Der Linden Mota, uma das primeiras profissionais de saúde a identificar a epidemia de microcefalia no Estado, defende atenção total aos pacientes e familiares. “As mães precisam ser informadas para terem segurança de que seus filhos precisam de cuidados e amor e terão apoio para isso. Esse trabalho precisa chegar aos pais, irmãos, avós. A família toda precisa estar amparada por uma rede sólida de atenção profissional.” Até o dia 20, Pernambuco tinha 1.601 notificações de microcefalia com suspeita de associação ao zika vírus – 209 confirmadas.
Reportagem acompanha o trabalho de pesquisadores em Sergipe, onde permanece um mistério: O Estado tem um grande número de casos de microcefalia, mas nenhum caso confirmado de infecção por zika vírus. Cientistas querem entender porquê.
Fonte(Msn).

Mais casos de microcefalia estão aparecendo e juntamente com eles outros problemas. Um deles estar sendo o abandono destas crianças por algumas famílias em determinadas regiões, entende-se que algumas pessoas não possui renda, suporte ou estrutura para ter em sua casa uma criança com tal problema, contudo em alguns casos o que estar acontecendo que além de todos estas causas já mencionados os pais dessas crianças são jovens sem nenhum preparo ou informação sobre a doença e a situação, sem comentar que já possuem outros filhos, nestes casos há uma grande irresponsabilidade, por que claramente a doença não é algo escolhido por ninguém, existem varias maneiras de evitar em gestação e inclusive são fornecidos por o sus.

Estas crianças não pediram para vim ao mundo muito menos para nascerem com tal doença, no entanto aconteceu e por isso elas precisam ser acolhidas e terem acompanhamento (que inclusive o sus tem dado), precisam de amor e carinho para poderem crescer e se sentirem integrantes deste meio mesmo com suas diferenças. 

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